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Caem projeções para o crédito

Pesquisa da Febraban mostra recuo nas perspectivas de crescimento da economia brasileira em 2011, refletindo temor de que BC tente frear alta dos preços.

Autor: Rejane TamotoFonte: Diário do Comércio

As expectativas de alta da inflação e de queda no crescimento da economia encolheram as projeções para o crédito neste ano, segundo pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), divulgada ontem. Em um cenário de crescimento menor, o mercado sinalizou otimismo em relação ao índice de inadimplência, estimado em 4,5% para 2011. Segundo o economista-chefe da Febraban, Rubens  Sardenberg, as projeções dos analistas foram influenciadas pela ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), divulgada no dia 10.

De acordo com a pesquisa da entidade, a expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,5% ao ano, em fevereiro, para 5,8% ao ano, neste mês. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a previsão para 2011 aumentou três pontos percentuais e foi para 5,8% em relação à pesquisa anterior. Metade dos analistas consultados disse acreditar que os conflitos geopolíticos nos países árabes, assim como a alta nas cotações do petróleo no mercado internacional, são fatores de risco para o aumento da inflação no País. 

Sardenberg afirmou que eles esperam apenas mais uma elevação de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros, a  Selic, para que atinja 12,25% no final deste ano. Para 2012, a expectativa para a Selic é de 11,5%. "É consenso que as novas medidas macroprudenciais serão a primeira alternativa do BC no combate à inflação. Não será feita uma política apenas pela taxa de juros."

Crédito – Entre as medidas macroprudenciais que podem ser adotadas, segundo o economista, há o aumento do compulsório e do requerimento de capital dos bancos, além da restrição para o prazo de pagamento de empréstimos. "Seria  mais do mesmo. São medidas que afetam o prazo e que exercem grande efeito sobre o crédito."

Isso contribuiu para a queda das expectativas para o crédito. Em fevereiro, os analistas esperavam alta de 18,4% do total do Sistema Financeiro Nacional (SFN) nas operações de crédito. Neste mês, a previsão baixou para 17,4% do total do SFN. A maior queda de expectativa ocorreu nas operações de crédito a pessoas físicas para aquisição de veículos, que passou de 17% do SFN em fevereiro para 16,2% neste mês. "Isso mostra os efeitos das medidas adotadas em dezembro", afirmou o economista.

As operações de crédito com recursos livres – ofertadas pelos bancos a pessoas físicas – foi projetada para 16,5% do SFN, diante de uma perspectiva de 17% em fevereiro. A única modalidade que não apresentou alterações de expectativa foi a de crédito consignado, estimada em 18,3% do SFN.

Em um cenário de consumo menor, houve um recuo de 0,4 ponto percentual na previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, que é de 4,2%. "Esse número reflete a preocupação com a alta da inflação. Se as pressões sobre os preços não se acomodarem, o BC sinalizou que tomará novas medidas que farão com que a economia cresça menos", disse Sardenberg.

O economista afirmou que houve uma revisão do mercado na expectativa da taxa de câmbio que passou de R$ 1,75 para R$ 1,69 para o final deste ano. "Essa mudança reflete a entrada de mais dólares no País. O mercado avaliou que o governo conseguiu evitar uma valorização maior do real."

Conta-corrente – O alto preço das commodities no cenário global puxou para cima a previsão do saldo da balança comercial, de US$ 9,3 bilhões para US$ 13,3 bilhões. Esse movimento fez o mercado esperar déficit menor no saldo em transações correntes para o ano, que é de US$ 66,6 bilhões, ante  US$ 67,9 bilhões estimados em fevereiro.

As expectativas apontam para o aumento de investimentos estrangeiros diretos no País,  esperado em US$ 41,8 bilhões. A perspectiva é que as reservas internacionais subam para US$ 316,4 bilhões e financiem o déficit em conta-corrente. Houve pequena melhora na expectativa de crescimento da economia norte-americana, que passou de 2,9% para 3% para este ano.
O levantamento ouviu 31 analistas do mercado financeiro entre os dias 10 e 14 de março.