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Quem é e qual o papel do contador no cenário pós-pandemia

CFC destaca as principais características para uma atuação efetiva deste profissional na sustentabilidade dos negócios com as transformações impostas neste início de década

CFC destaca as principais características para uma atuação efetiva deste profissional na sustentabilidade dos negócios com as transformações impostas neste início de década

Este início de década vem sendo marcado por grandes transformações, impostas por consequência de uma crise sanitária global e que refletiu – e ainda reflete – em todos os segmentos. Não somente a saúde da população, ao passar por uma pandemia de um vírus desconhecido e altamente mortal, mas a sobrevivência no universo empresarial foi colocada em risco.

Os acontecimentos, a partir de 2020, aceleraram muitos processos que estavam ocorrendo de forma natural e gradual. E os negócios que souberam se adaptar e se reinventar puderam se manter de pé e até experimentar surpreendentes resultados. Em muitos casos, inclusive, eles foram aquém das expectativas para meses e anos fadados à crise.

Há quem ainda pense que o contador dentro de uma empresa lida apenas com cálculos e burocracia. Fato é que estes profissionais são fundamentais para o desenvolvimento sustentável das organizações.

“O contador do presente é a cada dia mais valorizado como um consultor de negócios e a contabilidade é o mais importante pilar que garante a saúde de uma empresa”, pontua o presidente do Conselho Regional de Contabilidade (CFC), Zulmir Ivânio Breda. Ele destaca que a discussão sobre as dificuldades do empresariado e a elevada mortalidade das empresas acontece há quase cem anos, desde o primeiro Congresso de Contabilidade, no Rio de Janeiro, em 1924.

Da mesma forma, destaca-se a importância de um negócio ser amparado por um profissional habilitado para manter-se no mercado. Neste início de década, avalia ele, o cenário é semelhante. “Nenhuma empresa será igual depois dessa pandemia. Os efeitos dela perdurarão por muitos e muitos anos”, afirma.

Conhecimento e cultura

Neste sentido, o contador do presente e do futuro tem um papel essencial na tarefa de auxiliar na recriação do negócio dentro desse novo ambiente. “Sem dúvida nenhuma será um futuro muito mais virtual, para o qual já estávamos caminhando. Nos últimos dez anos, nos eventos da classe contábil, não se falava em outra coisa que não fosse o impacto da tecnologia na nossa profissão.”

O que ninguém esperava, afirma Breda, é que o mundo fosse empurrado para isso com tanta rapidez e sem planejamento. “Aquilo que programávamos para fazer em três a cinco anos, tivemos que fazer em três a cinco meses.”

Para o presidente do CFC, as palavras-chave para uma atuação de sucesso deste contador, para que seja reconhecido como um verdadeiro consultor de negócio dos novos tempos, são conhecimento e cultura: ”Não existe outra forma da profissão evoluir, que não seja pela expansão do conhecimento e pela ampliação da nossa cultura.”

Breda aponta como características importantes deste contador, a resiliência, como uma das mais valorizadas; capacidade analítica e menos trabalho operacional, por conta da robotização; conhecimento técnico na área, integrado a conhecimentos em estatística, tecnologia, banco de dados, ferramentas de gestão, entre outros; gestão de equipe, que pode estar em qualquer parte do mundo; e disciplina.

O contador atento às mudanças no universo contábil e às novas exigências de habilidades e conhecimento do mercado 4.0 será capaz de atuar no setor que quiser e será reconhecido por isso. O presidente do CFC orienta que estes profissionais pesquisem sobre Inteligência Artificial, invistam e implantem ferramentas tecnológicas de automatização para a organização contábil; estejam abertos ao modelo híbrido de trabalho das equipes e as capacitem não somente técnica, mas mentalmente.

Dia do Contador

Há 75 anos, no dia 22 de setembro de 1945, o então presidente Getúlio Vargas assinava o Decreto-Lei n.º 7.988, que criava no Brasil o primeiro curso de ensino superior em Ciências Contábeis. Desde então, a data é celebrada como o Dia do Contador.

A formação de nível superior gerou muitos avanços na prática contábil. Com o mesmo objetivo, outra condição, além da formação técnica, começou a ser exigida para o exercício profissional. Criado a partir da lei n.º 12.249/2010, o Exame de Suficiência é um pré-requisito para obtenção do registro de contador.

Todo ano, o CFC realiza duas edições do Exame de Suficiência, que é como um passaporte para a atuação legal para exercer a profissão no mercado de trabalho. É por meio da aprovação nesta prova que o contador conquista o direito ao registro profissional.